Nascido em 5 de março de 1909, em Assaré, Ceará, Patativa viveu a dura realidade do sertanejo. Filho de agricultores pobres, perdeu a visão de um olho na infância e aos oito anos já enfrentava a enxada na roça para ajudar a família. A educação formal durou pouco, mas não sufocou a chama da poesia. Aos 12 anos, Patativa rabiscava seus primeiros versos e aos 16, ganhou da mãe a viola que seria sua companheira inseparável. Com ela, ele desbravou o sertão, declamando repentes e cantando as histórias e dores do povo. Aos 20 anos, ganhou o apelido "Patativa", em homenagem ao canto melodioso do pássaro. Em 1956, "Inspiração Nordestina", seu primeiro livro de poesias, deu voz à alma do sertão. Obras como
"Cante Lá que Eu Canto Cá", "Ispinho e Fulô" e "Aqui Tem Coisa" consolidaram Patativa como um dos maiores nomes da literatura popular brasileira.
Sua poesia, rica em metáforas e linguagem coloquial, abordava desde a seca e a pobreza até o amor, a fé e a esperança do povo sertanejo. Patativa também era um mestre da improvisação, capaz de tecer versos instantâneos sobre qualquer tema. Reconhecido por seu talento, recebeu diversos prêmios e títulos, como o Prêmio Jabuti e a Ordem do Mérito Cultural. Em 1970, foi eleito "Príncipe dos Poetas Nordestinos" em concurso realizado no Recife. Patativa do Assaré faleceu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira. Sua obra permanece viva, ecoando a voz do sertão e inspirando novas gerações de artistas e poetas.
Fonte: Flávio Pinto News